sábado, 28 de janeiro de 2017

3 Factos Que Você Não Sabe Acerca Da Sua Própria Vida

Lá está você a pensar: mas que raio é que eu não sei acerca da minha vida? Pois bem, continue a ler e obterá a sua resposta.

1 - Você Pode Mudar o Mundo: A sua vida é muito mais importante do que aquilo que você pensa. Tenho a certeza que já por várias vezes se deparou com aquele pensamento auto-destrutivo como "Não valho nada." ou "Se eu morresse ninguém iria dar pela minha falta!". Mas se eu lhe disser que pode mudar o mundo, o mais provável é rir-se na minha cara. Agora pense comigo, quantas vezes já mudou o mundo de alguém? Quando eu vou a caminhar na rua e paro para dar comida ao gatinho que acabou de passar por mim eu estou a mudar o seu mundo. Quando eu mostro ao mundo que é normal ter um namorado deficiente, eu mudo algumas perspectivas acerca do mundo. Quando você se impõe, mostrando ao outro que se valoriza, está a ser um exemplo para o mundo, e quando alguém segue o seu exemplo está também a mudar o mundo de alguém. O que nos leva para o segundo facto...




2 - Você É Idolatrado Sem Saber: Diga-me lá, quantas vezes já não pensou "Eu gostava de ser como a Maria do escritório! Não deixa que o chefe abuse dela, sabe impor-se.". Acha que essa tal Maria sabe disso? Ela às tantas chega a casa a pensar o quanto você é eficaz no seu trabalho, o quão elegante você é ou apenas a sentir-se um pouco invejosa pelo facto de você ser solteira e de usufruir dessa liberdade. Desde que lancei o "Todos Iguais, Poucos Diferentes" foram várias as pessoas que me abordaram referindo que sempre fui um exemplo na vida delas. A verdade é que nunca ninguém me tinha dito nada disso antes... Acredite em mim, há alguém no mundo que a tem como uma referência a seguir.

3 - Você Tentou Durante Toda A Sua Vida Controlar As Circunstâncias... Mas já tentou mudar a sua mente? Este último facto foi algo que assombrou a minha vida durante muitos e muitos anos. Pois quanto mais eu tentava controlar os acontecimentos à minha volta, mais a minha vida parecia completamente fora do meu controlo. E um dia percebi que tinha gasto toda a minha energia em algo completamente inútil... Porque a maioria dos desafios que a vida coloca à minha frente não são incontornáveis ou negociáveis. Temos de engolir em seco e atravessar essas fases tão profundas e tristes que o destino nos oferece. Mas com uma mente leve, limpa, e que sabe que tudo irá melhorar. Sou eu que decido, de uma maneira geral, se um dia vai ser triste ou não. Furei o pneu? A máquina de lavar avariou? E ainda por cima quando chego a casa encontro uma pilha de louça suja à minha espera. Todos nós passamos por dias como este, que desde que colocamos os pés no chão, até nos deitarmos, tudo parece conspirar contra nós! Pois bem, aproveite esse pneu furado como desculpa para chegar mais tarde ao trabalho e ouça a sua música preferida com o volume no máximo enquanto lava essa louça. As situações podem ser desagradáveis, mas é a nossa mente, ou seja, nós mesmos que fazemos delas um monstro gigante e invencível.

quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

"Conheça-me melhor!" - Israel: O Dia Em Que Fui À Procura Da Verdade.

Não sou aquele tipo de pessoa que precisa de "Ver para crer!". Mas também não sou ingénua ao ponto de acreditar em tudo o que me dizem. Lembro-me de em criança me sentar à noite numa cadeira na varanda da minha avó e de olhar para o céu estrelado, límpido e sereno não estivéssemos nós numa aldeia do interior. E nessa varanda, a olhar para o céu, interrogava-me o que existiria para além do nosso mundo, da nossa realidade. Estas realidades espirituais, de uma outra dimensão, ainda hoje me fazem assistir a documentários pela noite dentro. E tal como quando era criança, procuro nos céus uma resposta. Decidimos então embarcar rumo a Israel. Berço do verdadeiro Cristianismo, onde tudo realmente aconteceu. Lá não encontramos os oponentes edifícios erguidos pela força humana, recheados de ouro e prata. Não, em Israel encontrei o palco onde o verdadeiro Acto aconteceu. Sobrenatural ou não. 




A Igreja Católica, o Islamismo e o Judaísmo vivem ali lado a lado, pelas ruas de Jerusalém. Quando chegamos ao fim do mercado muçulmano entramos nas ruas onde ocorreu a verdadeira Via Sacra. Mais à frente está o muro das lamentações e lá fui eu lamentar-me. 





Resolvi não entrar na mesquita Al-Aqsa, pois não quis cobrir partes do meu corpo. Entrei na igreja edificada no local onde Jesus foi crucificado e não me deixaram tirar nenhuma fotografia, pois estava com uma saia pelo joelho. Fomos até a um dos sítios mais sagrados para os Judeus, onde está o túmulo de David. Ao ver mulheres com os ombros e cabelos tapados de um lado e os homens do outro, perguntei se teria que me cobrir com um dos vários lenços disponíveis à entrada. "Não!", foi a reposta do judeu, "Nós respeitamos todas as religiões e rezamos por todas as pessoas. Entre e reze como se sentir mais à vontade.". Só queria beijar e abraçar aquele judeu! Quem sabe se eu não pertenço ao seu grupo. A minha avó bem me dizia de cada vez que eu tentava arranjar uma nova maneira de ganhar dinheiro: "Ah sua judia!". Deixo-vos aqui um vídeo do convívio entre eles à saída desse templo Judeu.






Israel não me desiludiu. Senti o que nunca antes tinha sentido: estava numa terra sagrada. Pisar aquele chão e respirar aquele pó fez-me de algum modo compreender a minha própria existência, sem precisar de uma resposta por escrito. Tenho que confessar: não foi a Igreja que eu encontrei em Israel. Foi algo muito, mas muito maior! Foi a compreensão de que algo realmente aconteceu, mas que não precisa de um nome ou de rituais humanos para o sentir. Percebi finalmente que a espiritualidade existe, só não sei o que lhe chamar. Ainda hoje ando à procura de muitas respostas, mas agora sei que não somos apenas algo físico. Somos muito mais...

sábado, 14 de janeiro de 2017

Uma pequena diferença... Um grande amor.

Sim, o meu namorado (o Lu) tem uma deficiência física. E sim, eu nem me lembro desse pequeno pormenor a maior parte dos dias!

Hoje, no "Conheça-me melhor!", queria falar de algo muito especial. Algo privado e íntimo, tanto que tive que pedir autorização ao Lu para publicar este texto. Não porque o tema me incomode. Já lá vai o tempo em que os olhares dos amigos e familiares me incomodavam. Já lá vai o tempo em que não sabia como introduzir o tema do "namorado deficiente". No início não é nada fácil, são mais as pessoas que te deitam abaixo do que aquelas que se prestam para te apoiar. Mas isso foi há muitos anos atrás e ainda escreverei sobre esses tempos, mas não hoje. Hoje quero falar da vida que temos, normal. Normal, do mais normal que há. Trabalhamos, aproveitamos os feriados, vamos ao supermercado e aos saldos. Jogamos ao UNO depois do jantar e damos pelo menos um abraço todos os dias. Todos os anos fazemos cerca de oito viagens de avião e lá entramos nós no aeroporto, com malas, com uma cadeira de rodas e com a caixinha da Roma ao colo do Lu. Sim, há pessoas que olham para nós e sorriem, mas eu acho que é por causa da nossa gata Roma que adora viajar. Temos de pedir assistência para que nos carreguem as malas, mas até o Castelo Branco não consegue resistir a este serviço VIP.





O Lu tem dificuldades em caminhar ou a movimentar-se, mas isso já não é novidade para nós e faz parte da nossa vida de uma forma natural. "Vamos almoçar fora?", pergunta-nos um amigo. "Sim, claro. Conheces algum restaurante aqui perto sem escadas?". Estes discursos tornaram-se também eles normais. Eu estendo-lhe o braço para o apoiar, mas é ele o meu pilar. O Lu tem o jantar pronto quando chego a casa, o Lu lava a louça e às vezes (muito mais raramente!) leva-me o pequeno-almoço à cama. O Lu sofre por vezes com olhares cheios de descriminação de pessoas que apesar de aparentemente normais, têm uma mentalidade deficiente, e isso é mil vezes pior. O Lu já passou muito, na escola e na vida, mas não se queixa, segue em frente, devagarinho claro para não cair! O Lu tem hoje uma carreira de sucesso e tem uma vida  normal, respondendo com atitudes àquilo que tanta gente duvidou. O Lu achava que eu nunca quereria partilhar uma vida a dois com ele. O Lu estava errado, pois ele não percebeu de que era ele que me estava a salvar enquanto eu me afundava por entre águas tenebrosas.

O Lu conquistou-me com o seu bom humor. E eu conquistei-o com um texto. E hoje somos um só.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2017

Ser Mulher no Séc. XXI é ter mais direitos no papel e mais deveres na prática.



Ser mulher hoje em dia é ser mulher e homem ao mesmo tempo. A mulher continua a ser infelizmente a maior responsável no que toca às limpezas da casa, ao cuidar dos filhos e ao fazer o marido feliz. Mas agora as mulheres têm os mesmos direitos: também trabalham! Por isso mesmo a mulher tem que encaixar todas as tarefas para as quais já estava destinada para depois das cinco da tarde, hora a que sai do emprego. E o homem? Continua só a trabalhar, como sempre. Mas esperem! Que nós, mulheres, não temos agora que nos confinar a aprendizagens e deveres meramente femininos. Hoje em dia já é visto com bons olhos se a mulher já sabe mudar o pneu ou desentupir os canos. Hoje as mulheres podem muito bem carregar os sacos das compras ou a garrafa do gás, os tempos agora são outros.Tratamos da papelada que o banco precisa e garantimos que as contas são pagas a tempo. 





Não estou aqui a retratar nenhum caso específico, apenas um desabafo do que vejo na nossa sociedade. A mulher nunca teve tantas responsabilidades e trabalho. Chega do emprego e começa o trabalho de "mulher" e mãe. O homem, esse, continua a chegar do trabalho e a sentar-se no sofá até o jantar estar pronto. Bem sei que muitas vozes masculinas vão aqui exercer a sua revolta, mas estou mais uma vez a reportar a moderna visão da mulher de uma forma generalista sim, porque é esse o verdadeiro retrato da sociedade, as excepções são para as regras.

Os direitos estão no papel, não na mentalidade. Ainda sofremos olhares quando nos divertimos, quando nos arranjamos, todas bonitas, porque é sinal de que queremos induzir uma pequena erecção nos homens sentados no café. Somos criticadas pela sogra se o marido cozinha enquanto nos sentamos no sofá a ver um filme, nem que seja por uma vez. E se a casa está suja, a vergonha é da mulher, o homem coitado teve fraca sorte por ter ficado com tal dona de casa incompetente. Lutámos pelos nossos direitos e acabámos por aumentar também os nossos deveres. A luta ainda nem começou, por isso não gosto de ouvir a frase "Hoje existe igualdade de direitos.". Uma frase dita na televisão não muda mentalidades.


sábado, 7 de janeiro de 2017

Tira O Teu Pé Do Meu Pescoço ó Mundo!


Hoje acordei sufocada. O mundo aperta-me cada vez mais o pescoço, mal consigo respirar. Mas a sociedade deixa-me sempre uma réstia de ar, como que a não deixar-me apagar de vez, para estar consciente o suficiente de modo a conseguir ver o mundo em cima de mim, a sufocar-me. De manhã. À noite. Nos sonhos.



Hoje o Lu faz anos, 30. Ele está aflito porque o tempo passa demasiado depressa. Mas não é isso que me aflige. O que me entope a garganta é um caroço feito de tempo que passa, mas que não se vive. Pior do que passar depressa é não vivê-lo. As regras da sociedade ganham cada vez mais terreno em nome da tal estabilidade. Dinheiro vs aventura. Dinheiro vs desconhecido. Dinheiro vs sorrisos. Ganha sempre a estabilidade. Em nome do que é melhor para mim. Em nome do futuro. Em nome da minha própria felicidade. Talvez todos vocês tenham razão. Eu sei que vocês todos têm razão, só não concordo.

Mas nada disso importa, hoje tenho que sorrir porque o Lu faz anos. Embora ele odeie esta data, é o meu trabalho fazê-lo sorrir. E amanhã continuamos a nossa conversa.


quarta-feira, 4 de janeiro de 2017

"Conheça-me melhor!" - O dia em que visitei um dos territórios mais bombardeados de sempre.


Um dia decidi ir até Israel. Seis meses depois aterrava em Tel Aviv. Seis dias depois estava na fronteira com a Faixa de Gaza, a tirar fotografias na cidade mais bombardeada de Israel, Sderot. Turismo negro, talvez? Mas que não deixa de me cativar, como se houvesse uma força invisível a empurrar-me na direcção de tais lugares. Essa força chama-se curiosidade pelo desconhecido. Ali, por aquelas terras sagradas, eu caminhei os meus primeiros passos rumo ao encontro de mim mesma.

Como não consegui entrar na Faixa de Gaza (onde nem jornalistas são autorizados salvo raríssima excepção), o destino levou-nos até à Palestina, como para nos compensar. "Eu conheço uns seguranças que vos podem fazer uma visita guiada a Belém.", disse-nos um taxista que trabalhava para o hotel onde ficámos alojados. "Porque não?", pensei eu. Verdade seja dita, não pensei nos perigos que toda aquela experiência me poderia trazer. Fui ingénua, e arrisquei. Chegados então à fronteira entre Israel e Palestina, os tais seguranças palestinianos estavam já à nossa espera. Os israelitas não entram, e os palestinianos não saem, simples. Eram pai e filho, robustos e sorridentes, como podem ver nesta foto.



Aquele jovem nunca tinha visto o mar, embora vivesse tão perto do Mar Mediterrâneo. "Palestina não é um país, não é nada.", explicou-me ele. "Não posso ter um passaporte e é impossível atravessar a fronteira.", disse ao apontar para os guardas israelitas de armas na mão que caminhavam por entre torres colocadas no topo do enorme muro que divide estes dois países (veja o muro na foto em baixo). Atenção, não quero aqui defender ou acusar ninguém, cada qual sabe e defende os seus motivos. Na verdade, a minha opinião é a de que todos têm um pouco de razão.



Estes dois seguranças lá nos levaram ao centro de Belém. Pelas ruas preenchidas por prédios destruídos, bombardeados. "Olha ali um KFC!", gritei eu para o Lu. Eles sorriram. Fomos até à Basílica da Natividade. Na foto podem-me ver a tocar no sítio onde acreditam que Jesus nasceu. O segurança benzeu-se. "Sou católico.", como se tivesse de justificar o facto de ser católico por entre muçulmanos e judeus.



Levaram-nos depois a uma loja de souvenirs. "Não há governo, não há impostos, não há nenhuma moeda. Podem pagar em dólares, em euros ou em shekels.", explicou-nos o dono sorridente. Afinal toda a visita foi bastante calma, ou talvez tivéssemos tido sorte com os seguranças que nos calharam. Foi uma experiência, uma nova visão acerca do mundo.