quarta-feira, 29 de março de 2017

Bullying no trabalho!

Bullying no... trabalho! Magoar é de graça. É de borla mesmo! Para algumas pessoas dizer aquele comentário que nos tira o sorriso da cara custa tanto como dizer um simples "Bom dia". Excepto pelo facto de muitas vezes nem um "Bom dia" dizerem. Pouco lhes importa o sentimento dos outros... Pelo contrário, o seu próprio ego alimenta-se da tristeza alheia! Quais "Dementors" acabados de sair do mundo do Harry Potter. E o que mais me irrita nestes seres é a constante falta de educação. Para eles a sua liberdade não acaba quando começa a liberdade do outro. Não há qualquer distinção entre o que deve ser pensado e o que deve ser dito.

Resolvi escrever este texto porque na semana passada me deparei com uma situação destas. No meu caso for por ser a única estrangeira, que só por não estar no seu país não tem qualquer direito a opinar ou a constatar uma simples situação. Pelo menos é a mentalidade de algumas pessoas. Inocentemente comentei o meu descontentamento relativamente aos pingos de chuva que caíam do céu. Pelo que a resposta foi: "Não gostas da meteorologia daqui? Volta para o teu país!". Nem foi a frase em si que magoou. Foi o tom com que foi dita. Com puro rancor. Esta não foi de todo a primeira situação em que um comentário desta minha colega me deixou completamente perplexa. Mas a frase "Volta para o teu país!" foi de longe a que mais me custou ouvir até hoje! Afinal, saberá ela o que é ter de deixar tudo para trás e partir em busca de uma vida melhor? Saberá ela o quão duro é passar o Natal sem a família?

Fiquei a pensar para mim mesma que não devo ser só eu a conviver com este tipo de seres humanos. Principalmente no trabalho. Quer seja por se ser estrangeiro ou por uma outra situação qualquer. E por isso mesmo quero aqui deixar uma palavra para quem já se sentiu assim. Magoado. Humilhado. Para aquela pessoa que não consegue responder com a mesma moeda, ora porque é demasiado educada, ora porque aquele comentário descabido surgiu de repente e nós mal tivemos tempo para assimilar o que foi dito, quanto mais para pensar numa resposta à altura!




Pena. O que vocês devem sentir por essa pessoa é pena. Já imaginaram o quão triste deve ser ter de magoar alguém para se sentir mais confiante? Para além disso, as minhas pesquisas de detective privado levaram-me a constatar que muitas vezes essas pessoas têm imensos problemas pessoais, e que por isso mesmo se acham no direito de descarregar a sua azia venenosa em cima de qualquer um. Essas pessoas não sabem o que é um sorriso sincero, um gesto de carinho. Nunca sentiram aquela sensação de pura alegria que resulta do simples acto de praticar o bem. Como quando eu alimento um gato na rua e o vejo a saborear a comidinha...

Ninguém tem o direito de nos estragar o dia. E como nós não podemos controlar o comportamento dos outros, resta-nos controlar as nossas próprias emoções e deixar fluir essas energias negativas para fora do nosso corpo, para onde a nossa mente não as possa encontrar.




quinta-feira, 23 de março de 2017

Falar de política é aborrecido... Vamos antes falar de copos e de mulheres!

Eu, não estando a viver em Portugal, confesso que só lá vou para matar saudades dos copos e das mulheres! Quando compro o bilhete os meus olhos fecham-se e imagino esse país de farras, prostituição e álcool onde a diversão dura toda a noite. Portugal é como Nova Iorque, é um país que nunca dorme. Ou pelo menos assim o pensa o Sr. Presidente do Eurogrupo.

Então lá chego eu ao aeroporto de Lisboa, a excitação é muita! No entanto, o que lá vejo são jovens a chorar por terem que deixar a família, tudo o que conhecem, para irem à procura de uma vida melhor num outro país. Os pais choram, a mãe coloca a mão no peito, tal é a angústia. Aposto que agora estão arrependidos por terem gasto todo o vosso dinheiro em copos e mulheres, não é? Mas já não há nada a fazer... 

Entro no carro da minha cunhada e lá vamos nós em direcção ao Norte. E pelo caminho encontramos então as famosas festas e arraiais por que Portugal é tão famoso lá para os lados de Bruxelas. Basta sair da auto-estrada e lá vejo eu o velhote no campo a cavar a terra. Até que lá faz uma pausa e pega no seu garrafão de 5 litros de vinho tinto, não vá a vida tirar-lhe a pouca alegria que lhe resta. E quanto às mulheres, lá estão elas, sentadas ao sol na varanda, qual montra de Amesterdão, muitas vezes só com o avental a cobrir as pernas flácidas, próprias de quem já anda por este mundo há uns anos... Agarram-se à bengala e lá caminham ao encontro do seu Zé, partilhando o garrafão de vinho por vezes. 




Como podem ver, a festa não tem limite de idade aqui no nosso Portugal. Talvez seja por não faltarem oportunidades de nos juntarmos todos, em grupo, para conviver. Na sala de espera das Urgências, onde a festa pode durar mais de doze horas, ou na fila do Centro de (Des)Emprego, o que não falta são ocasiões para os portugueses se encontrarem e fazerem então uma festarola...

Meu caro Sr. Presidente do Eurogrupo, convido-o a vir conhecer o nosso país. Ficaria admirado com a ginástica que alguns portugueses fazem para conseguir sobreviver num país com tanta diversão. Pelo menos aqueles que têm de trabalhar para sobreviver...

segunda-feira, 20 de março de 2017

Porque é que o anormal do Salvador Sobral nos incomoda?!

Salvador Sobral é diferente. Ele mostra a alma, mas essa figura incomoda os nossos olhos. Não é a cantora alta e magra a que estamos habituados. Não é o rapaz com as calças a cair, deixando os boxers espreitar o mundo. Não é modelo, nem segue a moda actual. Ele é ele, e não pretende ser algo que não é. E por isso mesmo, é diferente.

Quando vi pela primeira vez o vídeo da canção portuguesa vencedora para a Eurovisão a minha primeira reacção foi estranheza. Depressa corri os comentários dos portugueses. Foi com uma dor, disfarçada de tristeza, que constatei a forma cruel e medíocre como trataram este jovem. O crime: ser diferente num mundo de normais. Sentença: Culpado! Culpado por ter nascido nesta sociedade em que não há espaço para a liberdade pessoal. Que culpa tem o mundo de que ele não goste de cantar sem sentimento, de que ele não saiba acompanhar dançarinos? Culpado por ser só um cantor que transborda emoção e que sente cada palavra que deixa pousar na melodia...



Depois os meus olhos abriram-se. Sabem o que eu estava a ver? Era ele! Como podia ter sido ele! A personagem principal do "Todos Iguais, Poucos Diferentes" entrou-me pelo coração adentro, personificado. Como teria ido o meu louco cantar ao festival da Eurovisão? Teria ido cantar com o seu estranho casaco preferido. Teria tido comportamentos anormais. Teria cantado para ele, não para o mundo. Aquela personagem que criei com tanto carinho, com sofrimento também, estava ali à minha frente, no ecrã do computador. Emocionei-me. Foi como se a minha criação me tivesse vindo dizer um olá. Embora o Salvador Sobral nem sonhe com tais pensamentos de uma escritora com tão escassa lucidez.

Qual de nós teria tido coragem em aparecer na televisão de uma forma tão sincera, tão genuína? Mas ainda assim criticamos. "...somos aspiradores da nossa própria individualidade.." diz uma página do meu livro. Não aspiremos nós agora o talento de quem sabe sentir. Não façamos nós com que o Salvador se esconda por não ser compreendido e que leve com ele todo o seu talento. Pelo menos não agora. Que saibamos abrir os olhos para o diferente. Mas com admiração. Com orgulho.

domingo, 12 de março de 2017

Como eu distingo os Bons dos MAUS

A nossa vida dá tantas voltas que os bons de outrora são os maus do agora. Do mesmo modo, muitas vezes o nosso inimigo se transforma no mais belo e simpático dos seres... Serão as pessoas que mudam, ou fomos nós que mudámos? Gosto de pensar que as situações é que mudaram. A nossa personalidade vai-se moldando de acordo com as situações a que a vida nos sujeita. Quando eu nasci acreditava que podia confiar nos outros, que as pessoas são boas e verdadeiras. Mas a vida não é assim. Nem as pessoas.

Então, não sabendo em quem mais confiar, não sabendo o que mais esperar destes seres que de humano às vezes nada têm, decidi encontrar algo, uma forma, uma pista que tornasse claro com que tipo de pessoa estaria eu a lidar. E encontrei. Simples. Clara. Sempre certa. Desde então nunca mais ninguém me apanhou de surpresa com um acto traiçoeiro, com a tal facada nas costas que custa mais do que um tiro no coração dado pelo inimigo. Porque não há dor maior do que ver a mão de alguém que gostamos a ferir a nossa alma. E de propósito.



"Obrigada", um sorriso, uma preocupação. Se alguém for sincero, irá seguir estes três passos. Não consigo! Não com os seus superiores! Mas com o empregado. Com o motorista. Com quem socialmente está "abaixo" do seu estatuto. Ser simpático com alguém que não nos pode trazer nenhum benefício passa muitas vezes despercebido no nosso mundo. Mas não para mim. Se um ser humano mostra preocupação pela mulher do motorista que está doente, ou se simplesmente sorri de igual para igual para com o recepcionista, então essa pessoa pode entrar na minha casa. Pode entrar na minha vida.

Comprar

Atreva-se a entrar na loucura do "Todos Iguais, Poucos Diferentes"!

Envie um email para: dianaisabeldecarvalho@gmail.com

Preço: €11 + portes

Até já! :)