quinta-feira, 23 de março de 2017

Falar de política é aborrecido... Vamos antes falar de copos e de mulheres!

Eu, não estando a viver em Portugal, confesso que só lá vou para matar saudades dos copos e das mulheres! Quando compro o bilhete os meus olhos fecham-se e imagino esse país de farras, prostituição e álcool onde a diversão dura toda a noite. Portugal é como Nova Iorque, é um país que nunca dorme. Ou pelo menos assim o pensa o Sr. Presidente do Eurogrupo.

Então lá chego eu ao aeroporto de Lisboa, a excitação é muita! No entanto, o que lá vejo são jovens a chorar por terem que deixar a família, tudo o que conhecem, para irem à procura de uma vida melhor num outro país. Os pais choram, a mãe coloca a mão no peito, tal é a angústia. Aposto que agora estão arrependidos por terem gasto todo o vosso dinheiro em copos e mulheres, não é? Mas já não há nada a fazer... 

Entro no carro da minha cunhada e lá vamos nós em direcção ao Norte. E pelo caminho encontramos então as famosas festas e arraiais por que Portugal é tão famoso lá para os lados de Bruxelas. Basta sair da auto-estrada e lá vejo eu o velhote no campo a cavar a terra. Até que lá faz uma pausa e pega no seu garrafão de 5 litros de vinho tinto, não vá a vida tirar-lhe a pouca alegria que lhe resta. E quanto às mulheres, lá estão elas, sentadas ao sol na varanda, qual montra de Amesterdão, muitas vezes só com o avental a cobrir as pernas flácidas, próprias de quem já anda por este mundo há uns anos... Agarram-se à bengala e lá caminham ao encontro do seu Zé, partilhando o garrafão de vinho por vezes. 




Como podem ver, a festa não tem limite de idade aqui no nosso Portugal. Talvez seja por não faltarem oportunidades de nos juntarmos todos, em grupo, para conviver. Na sala de espera das Urgências, onde a festa pode durar mais de doze horas, ou na fila do Centro de (Des)Emprego, o que não falta são ocasiões para os portugueses se encontrarem e fazerem então uma festarola...

Meu caro Sr. Presidente do Eurogrupo, convido-o a vir conhecer o nosso país. Ficaria admirado com a ginástica que alguns portugueses fazem para conseguir sobreviver num país com tanta diversão. Pelo menos aqueles que têm de trabalhar para sobreviver...

2 comentários:

  1. As afirmações não terão sido as mais felizes mas há uma coisa que ainda não entendi muito bem. O que me pareceu foi que o senhor disse que a atitude dos países do Sul era como a de um homem que gasta demais em álcool e mulheres e depois pede ajuda. Esta ideia é criticável mas esse tipo de afirmações pelo que tenho ideia não é novidade por parte de pessoas dos países mais ricos da U.E. Mas vejo muita gente a criticar como se ele tivesse querido que significado das suas palavras fosse literalmente que os do Sul gastam demais em álcool e mulheres. Será que fui eu que percebi mal?

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    1. Obrigada pela sua perspectiva António. Talvez fosse isso que ele queria dizer sim...

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