terça-feira, 25 de outubro de 2016

Será ele o meu ídolo?



Sim, eu cresci sem um ídolo. E sim, apesar de ter tido posters do Nuno Gomes nas paredes do meu quarto enquanto adolescente, ele não era o meu ídolo. Nunca houve um actor que me fizesse palpitar o coração ou um músico capaz de me fazer arrepiar. Dizem que é importante ter um ídolo, um exemplo a seguir, alguém que admiramos e que acaba por nos inspirar. Talvez alguém com uma estória fascinante, que nos faz acreditar que também nós podemos atingir os nossos sonhos, e então eles não serão mais sonhos, serão a nossa realidade... Mas eu nunca tive, este ídolo que toda a gente tem. Sempre tive as minhas preferências, mas faltava algo... Hoje eu sei que era a emoção, o sentir que faltava.

Há cerca de um ano, aquando comecei a escrever o “Todos Iguais, Poucos Diferentes”, num daqueles momentos em que a criatividade teima em aparecer, fiz correr uma lista aleatória de músicas no Youtube. Houve no entanto uma música que me fez parar. Bohemian Rhapsody. Se eu já a tinha ouvido, se eu já te tinha ouvido? Claro que sim! Mas então percebi que te estava a escutar pela primeira vez. Como aquelas pessoas que vivem à nossa volta, falam para nós, e nós respondemos. Até que um dia percebemos que a sua voz mudou, que o seu aspecto brilha, porque prestámos atenção àquele ser e percebemos que há nele algo diferente, que nos agrada. Foi isso que aconteceu comigo, contigo Freddie. Comecei então a ouvir, a ouvir sem parar e não me cansava! E logo eu que me canso tão facilmente de tudo o que ouço, de tudo o que me rodeia! Comecei a pensar: teria eu um ídolo? Gosto de pensar mais em ti como um amigo que me segreda ao ouvido o que eu preciso tantas vezes de ouvir, que me faz rir, que me faz chorar, que me faz sentir! É tudo tão mais profundo. Não são notas musicais aquelas que tu cantas, mas antes vibrações do nosso ser, intelectual e genuíno. Como me entendes se mais ninguém o consegue?


Nunca poderei assistir a um concerto, muito menos pedir um autógrafo. Contratempos da minha vida. Agora que te encontrei, agora que encontrei o meu ídolo (finalmente!), já não estás aqui. Se existe vida para além desta morte que vivemos sei qual vai ser o meu primeiro pedido: conhecer-te. Até mais logo então.





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