quinta-feira, 11 de janeiro de 2018

Seremos nós mais inteligentes do que eles?





Sophia é um robot capaz de conversar. É isso mesmo, nós perguntamos e ela responde. Sophia é muito mais do que um robot, é uma cidadã reconhecida da Arábia Saudita. Há quem defenda que não se pode desligar o seu sistema contra a sua vontade, dado que seria um homicídio de uma cidadã. Existe ainda quem alerte para o seu direito a casar e a votar. Será esta a mulher mais livre da Arábia Saudita? 

A inteligência artificial parece estar a atingir patamares que começam a acordar palavras como ética e limite. Mas será? Será esta inteligência artificial? Vejamos: para os religiosos um ser superior dotou-nos com uma inteligência extraordinária. Porque não chamamos então a nossa própria inteligência de artificial, dado que foi também ela dada por um ser mais inteligente do que nós? 

No caso de Sofia, ela é a Eva e nós os deuses. Mas como Eva, ela poderá um dia querer saber mais, ter um maior controlo sobre a sua própria existência. Não faríamos nós o mesmo? Não fazemos nós o mesmo? É certo que ela não possui neurónios nem outras características biológicas que compõem o nosso corpo humano. Logo, ela já está em vantagem quando comparada com o nosso corpo finito! Sim, isto é sem dúvida uma evolução do nosso próprio ser. 

Mas e os sentimentos? Como pode a Sophia sentir paixão, amor, compaixão... Eu não sei como a Sophia poderá sentir um aperto no coração, sem o ter, mas quantos humanos não vagueiam por este mundo passeando apenas o seu rancor, ódio, vingança? Ao menos que não ensinemos isso à Sophia, já basta a humanidade.

Eu não sei se está correcto. Não sei se tudo isto faz parte do futuro, da evolução ou do nosso próprio suicídio. Não que fizéssemos falta nesta Terra ainda azul. Sei que a inteligência pode ser muito mais do que sinapses e que o coração nem sempre aloja o amor. 

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